sábado, 28 de março de 2015

Albert King

O irmão de B.B. King. Era assim que Albert King, costumava se apresentar no início de carreira. Albert Nelson, seu verdadeiro nome, nasceu em Indianola, Mississipi em 25 de abril de 1923. Albert e seus 12 irmãos foram abandonados pelo pai, um pastor protestante em 1928. Anos mais tarde mudou para uma plantação de algodão no estado de Arkansas, onde construiu rusticas guitarras e iniciou uma longa e revolucionária jornada pelo blues. O primeiro violão de verdade foi comprado em 1939 e sua primeira influência foi o grande T-Bone Walker. Albert trabalhava durante todo o dia e durante a noite tentava frequentar clubes de beira de estrada e prostíbulos, mas sua pouca idade costituia um obstáculo. Albert era canhoto e a exemplo de outros guitarristas famosos, esqueceu de inverter a odem das cordas na hora de aprender a tocar sua guitarra, uma clássica Gibson Flying V que batizou de Lucy.

Suas primiras atuações foram no Harmony Kings Gospel Quartet, mas profissionalmente apareceu pela primeira vez com a Yancey’s Band onde tocava guitarra ritmica. Aos 25 anos, em Osceola, formou sua primeira banda, o In The Groove Boys, quando incorporou o sobrenome King. Mais tarde, em 1951, a exemplo da maioria dos músicos da época, foi em direção a Chicago tentar a sorte e por lá começou como baterista de Jimmy Reed. Sua primeira gravação aconteceu em 1953, na qual foram registrados cinco temas, dois deles, Bad Luck Blues e Be On Your Merry Way, costaram no primeiro single lançado pelo selo Parrot que foi um fracasso. Voltou em tao para Osceola e para sua antiga banda. Trabalhava de dia e tocava de noite.

 No final da década de 50, Albert mudou-se para St. Louis e então gravou o primeiro LP The Big Blues, para o selo Bobbin, álbum de onde saiu o hit Don’t Throw Your Love On Me So Strong, em 64. Passou anos no esquecimento até ingressar no selo Stax, de Memphis, por onde haviam passado Otis Redding, Rufus Thomas e Booker T. & M.G.’s. Nasceram então músicas de força que tornaram-se sucessos como Landromat Blues, Crosscut Saw e Oh, Pretty Woman, interpretações que tiveram as bandas de Booker T, Bar-Kays e Mar-Kays como acompanhantes. A solidificação de seu nome veio com o clássico álbum Born Under A Bad Sign, seguido de Live Wire / Power Blues, um show de 1968 no Filmore de São Francisco, tido por alguns críticos como a obra-prima de King.

No ano seguinte, flertou com o rock, gravando King Does The King’s Thing, com uma revisão de nove temas anteriormente lançados por Elvis Presley. Ainda em 69, King volta ao blues, acrescentando-lhe pitadas de funk e soul com Years Go By. A tendência de trazer elementos do funk e do soul mante-se nos LP’s seguintes como Lovejoy (1971), I'll Play The Blues For You e I Wanna Get Funky, ambos de 1972, sendo que o último teve a participação de Isaac Hayes. Problemas judiciais prejudicaram a continuidade de Albert a Stax e em 1976, assinou com a Utopia Records, estreiando com Albert, um trabalho cheio de concessôes comerciais e arranjos exageradamente elaborados. Nos dois anos seguintes foram colocados no mercado King Albert e New Orleans Heat, produzido por Allan Toussaint e com influências da música disco. Manteve durante os anos 70 atuações ao vivo magníficas nos mais importantes festivais do mundo como o de Montreux na Suiça, onde gravou o Live em 1989. Paralelemante, enfrentou problemas com os selos, que tentavam impor um estilo comercial, levaram a produzir álbuns menores.

Em 1983, voltou com San Francisco 83 e I'm In A Phone Booth, Baby de 1984, um tema escrito por Robert Cray. Retirou-se na segunda metade da década de 80, permanencendo em Brooklyn, Illinois e somente apresentando-se esporadicamente ou em colaborações com a que fez em 1990 junto a Albert Collins no disco Still Got The Blues de Garry Moore, na qul interpretou Pretty Woman. Em 91 gravou junto à Joe Walsh, Bruce Gary e Jim Dickson, Red House, uma homenagem à Jimi Hendrix.

Albert King e sua guitarra Lucy foram silenciados por um ataque cardíaco, em 21 de dezembro de 1992, em Memphis, impedindo-lhe de terminar um projeto que preparava: acumulava material com experimentalismos.

A força de King com sua voz barítona e seu fraseado na guitarra exerceram influência por gerações, passando por Hendrix, Taj Mahal, Jimmy Page, Eric Clapton, Johnny Winter e Al Krooper.