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segunda-feira, 27 de abril de 2015

The Pretenders

A história dessa lendária banda britânica começa em 1973, quando a americana de Akron, Ohio, Chrissie Hynde, muda-se para Londres. Antes, ainda nos Estados Unidos, não era muito de sair, curtir e enfiar o pé na jaca. Sua diversão era ir à capital Cleaveland para ver shows de grandes artistas que por lá se apresentavam. Esse envolvimento com música se fortaleceu quando, já na terra da rainha, passou a trabalhar e ganhar reconhecimento como repórter da mundialmente famosa revista musical NME, a convite de um namorado jornalista que conseguiu tirá-la do antigo emprego em um escritório de arquitetura – ela também chegou a trabalhar na loja de roupas SEX, de propriedade do empresário do Sex Pistols, Malcom McLaren. Não demorou muito e começou a criar suas próprias músicas. Participou de projetos com Mick Jones, futuro membro do The Clash, Phil Taylor, do Motörhead, além de integrar bandas de punk, que apesar da curta duração, marcaram época naquele cenário “CBGB” histórico do final dos anos 70, como Masters of the Backside e The Moors Murderers. A criação do Pretenders foi o próximo passo.

 O ano era 1978. Junto de seu namorado da época, o baixista Pete Farndon, Chrissie decide formar um quarteto fixo à fim de consolidar um formato para suas composições e, enfim, buscar seu lugar ao sol. Juntam-se a eles James Honeyman-Scott na guitarra e Gerry Mcilduff na bateria, e sai o primeiro single da banda, até então sem nome: “Stop Your Sobbing”, cover dos Kinks. Rapidamente o batera é substituído por Martin Chambers (que viria a se tornar grande parceiro da líder com o passar dos anos, inclusive em suas incursões musicais pelo Brasil nos idos de 2004, que cheguei a citar por aqui, lembra?) e o conjunto ganha um nome: The Pretenders, em homenagem à musica dos Platters “The Great Pretender”. No ano seguinte, o LP de estreia chega às lojas em meio ao estrondoso sucesso do primeiro single. Logo, “Kid” se torna hit e, posteriormente, “Brass in Pocket” alcança o primeiro lugar nas paradas inglesas, irlandesas, suecas e sul-africanas, além de conquistar também os Estados Unidos.
 
Um EP, Extended Play, com quatro músicas inéditas e uma versão ao vivo de “Precious” no Central Park, em Nova York, vem no embalo e acalma o público e a crítica enquanto o segundo álbum não sai. Cinco meses depois, no entanto, Pretenders II chega para afirmar de vez a banda e marcar época com mais sucessos como “The Adultress”, “I Go To Sleep” (outro cover dos Kinks), “Day After Day” e pelo fato de ser o último disco da banda com a formação original. Por andar abusando e atrapalhando os trabalhos, o baixista Pete Farndon é despedido da banda e a primeira grave crise se instala no Pretenders. Em apenas dois dias a situação se agrava mais ainda com a morte do guitarra James Honeyman-Scott por overdose de cocaína. Será possível uma banda ir do ápice ao fundo do poço em tão pouco tempo? Sem dois integrantes originais, o negócio fica muito difícil. Uma alternativa seria chamar o baixista original de volta e tentar recuperar a alma do grupo. Alternativa descartada. Em abril de 1983 é a vez de Pete Farndon, há essas alturas participando de um novo projeto com o ex-baterista do Clash, Topper Headon, falecer em virtude de uma overdose, dessa vez de heroína. A história de superação do Pretenders dá-se nesse momento. Quando tudo estava perdido, eis que Chrissie Hynde reaparece com um novo guitarrista (Billy Bremmer), um novo baixista (Tony Butler) e um novo single, que se tornaria o hit mais famoso da história da banda: “Back On The Chain Gang”, algo como um desabafo no estilo “se segura que estamos de volta!”. Com essa pegada, vem na sequência mais um disco de inéditas, Learning To Crawl, em janeiro de 84. Pra gravação desse LP, um novo guitarrista (Robbie McIntosh) e um novo baixista (Malcom Foster) são incorporados à banda. Isso só prova que, apesar dos integrantes originais terem sido muito importantes, o Pretenders é a Chrissie Hynde. Foi assim durante toda a sequência do conjunto, que contou com mais sete discos com as mais diversas formações, incluindo nomes de peso como Johnny Marr e Andy Rourke, ex-Smiths, Blair Cunningham, ex-Paul McCartney, T.M. Stevens, ex-Joe Cocker, entre outros. O único membro que se manteve como “fiel escudeiro” da vocalista (ficando de fora de apenas dois discos: Get Close, de 1986 e Packed!, de 1990, mas regressando em 93 para a gravação de Last Of The Independents e permanecendo até os dias de hoje) foi o baterista Martin Chambers. O sucesso do Pretenders abriu espaço para grandes bandas de rock com vocal feminino existirem. Chrissie Hynde é inspiração pra muita gente, seja por sua música ou por seu ativismo em prol do tratamento digno aos animais.